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E eu com isso? O abandono afetivo da infância pode estar escondido nas suas dificuldades de hoje

  • carlasamoreira
  • 6 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

Adulto sim, capaz de gerir sua vida, suas escolhas, seus desejos, capaz de refletir sobre suas respostas e de trilhar longas estradas. Adulto responsável por tantas coisas, que já viveu situações de toda forma. Esse é você? E o adulto que apesar disso tudo ainda se vê com dificuldades nos relacionamentos, que não se adapta aos ambientes de trabalho, que não faz amizades duradouras, que ainda não tem certeza se escolheu a profissão certa, que não consegue estabelecer uma relação boa com os filhos, que tem alguns medos que muitos a sua volta nem desconfiam? Esse adulto também é você? 

Muitas vezes olhamos para o espelho vendo o único reflexo que ele nos mostra, a nossa forma atual, a forma adulta, e não conseguimos mais enxergar a criança que um dia fomos, muitas vezes nem conseguimo


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s lembrar dessa fase, como se já tivéssemos nascido sem infância. Esquecemos por tantos motivos e um deles pode ser o abandono afetivo. Ter sido uma criança com família e casa não significa, necessariamente, ter sido uma criança cuidada, acarinhada, amada e respeitada, não significa ter sido uma criança que teve o olhar atento e empático para si. 

O abandono afetivo na infância pode ter consequências profundas e duradouras na vida de um indivíduo, influenciando não apenas sua saúde mental, mas também seu rendimento profissional e suas relações na vida adulta. Crianças que experienciam abandono emocional podem desenvolver uma série de dificuldades, como baixa autoestima, insegurança e ansiedade. Esses sentimentos, muitas vezes, se arrastam para a vida adulta, impactando a maneira como a pessoa se relaciona em várias áreas de sua vida. 

A falta de apoio emocional na infância pode resultar em dificuldades de socialização e em uma autoestima fragilizada, o que pode levar a problemas de comunicação e colaboração em equipe. Adultos que carregam as marcas do abandono afetivo podem ter dificuldade em estabelecer vínculos saudáveis com colegas e líderes, resultando em um ambiente de trabalho isolado e pouco produtivo, assim como podem ter dificuldades em confiar em outras pessoas tornando suas relações afetivas e de amizades muito desgastantes.  A insegurança gerada por essas experiências pode levar a um medo de fracasso, tornando a pessoa avessa a desafios e inovações, o que pode comprometer sua evolução em estudos e trabalho. É comum que sejam pessoas mais apegadas á uma rotina e que evitam mudanças. 

Os traumas emocionais advindos do abandono afetivo podem afetar na criança, no adolescente e posteriormente no adulto, a capacidade de estabelecer vínculos saudáveis e estáveis nos relacionamentos e na construção da autoimagem. 

Você sabe o que é abandono afetivo? Envolve falta de cuidado, atenção e afeto por parte de um dos genitores em relação aos filhos

O abandono afetivo também pode influenciar a capacidade de lidar com o estresse e a pressão, frequentemente encontrados no contexto profissional. Indivíduos com essa história podem reagir de maneira desproporcional a feedbacks e críticas, comprometendo seu desenvolvimento e oportunidades de crescimento na carreira. Da mesma forma podem não conseguir estabelecer diálogos francos e diretos com parceiros afetivos pela angustia diante da expectativa de criticas.  A busca por validação externa pode se tornar um padrão, levando a um ciclo de insatisfação e desmotivação.

Contudo é importante lembrar que nem todos os indivíduos afetados pelo abandono emocional apresentam resultados negativos em suas vidas profissionais e afetivas. Muitas pessoas encontram maneiras de superar essas dificuldades, utilizando-as como motivação para se aprimorar, buscar sucesso e se tornar mais acessíveis.  

O apoio terapêutico é fator de grande importância no autoconhecimento  e superação de pessoas que passaram por situações de abandono afetivo na infância , sempre é tempo de entender sua história, olhar suas cicatrizes , falar de sua dor.  O que não olhamos de frente continua nos assombrando, o que encarramos e enfrentamos deixa de ser um fantasma. É quando o que era sombra vira luz que podemos caminhar com mais segurança. 


 
 
 

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© 2024 por Carla Moreira, Psicanalista

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